mainieri's

quinta-feira, dezembro 30, 2010

2011






Inauguro
mais um ano
com imagens de antes.

Flashes
de pretéritos tempos.

Não visto branco
tampouco carrego amuletos
ou muletas mentais.

Possuo apenas
imagens
palavras
melodias.

Sem fogos de artifício
encaro o ofício
de me abrir ao inusitado.

Quem sabe sua face

escura ou fúcsia
não revele-se assim inumana...



Ricardo Mainieri

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Emoção eviscerada






Por tanto tempo
(interditada)
trago agora
a emoção eviscerada.

Que se abre em
versos
vozes
afetos
imagens.

Perdi a chave
que blindava
todo o inconsciente
& seus produtos doce-amargos.

Estou exposto
à visitação pública & privada.

Não tenho medo do escuro
ama(r)dureci.


Ricardo Mainieri

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Feliz Natal 2010



quinta-feira, dezembro 16, 2010

Poema da Semana - Livro da Tribo






O poema abaixo é um dos concorrentes ao melhor da semana no site do Livro da Tribo. Leiam os trabalhos e escolham o que acharem melhor.clique aqui



Biodiversidade


A dor me atinge.

Enlaça
todos os seres vivos.

Uma epiderme invisível
e contínua
nos une.

Implacavelmente.



Ricardo Mainieri

Opressão







sem verba & sem voz
sub-habitava um espaço
chamado vida.


Ricardo Mainieri

terça-feira, dezembro 14, 2010

h-ouse
















perdi o hímen
ganhei os homens
fui possuída por inúmeros
hormônios

hospedo histerias
na memória
deixo evadir
as melhores histórias

sou hora agá
hipérbole
habitat

no menu de hoje
sou o hábito
que há

possuo humor
mal passado
hálito al dente
horror ao pacto
reticente

adoro um hífen
ace-bolado


valéria tarelho
__________________________________



mais poemas da Valéria neste blog: clique aqui

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Minhas poesias postais





Veja mais poemas postais aqui

Ainda pulsa a poesia






sobrevivente
de leituras & descasos

se é boa
fixa na mente
no sangue
no gesto

senão
vira fuligem de palavras
e parte...



Ricardo Mainieri

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Meus amigos







Não esqueçam
de me visitar
nas noites
de inverno
quando o medo
cobra caro
e as feridas
não deixam mentir

insolúvel jogo
de espelhos
entre mim
e o que fui

ando bêbado
pela casa
meu coração
é operário
desempregado
com filho pra criar
mulher feia
sem crédito no armazém

me enrosco
em invenções
inúteis
pra repartir contigo
um espaço de ternura

sinto umas
coisas estranhas
caminharem atrás de mim
um cano de fuzil
um casal de velhos famintos
um câncer
e me desagrada não ser
como certos fantasmas

convoco o
silêncio e
suas raízes

inauguro a
manhã

não, eu não sou
uma estrela
um rio
um barco
nada se compara
ao que sinto

preciso todos
ao redor da mesa
principalmente
os desaparecidos
como certos crepúsculos
que a gente vê
fogem e nunca mais


Jorge Adelar Finatto
_______________________________________

Poema do livro Claridade, co-edição Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Editora Movimento, Porto Alegre, 1983.Veja mais neste blog:o fazedor de auroras

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Silêncio






Um eco mudo
no oco do mundo
reverbera.

Ricardo Mainieri