Invasão urbana
Desejei
ser anônimo.
Limitada
a sociedade já o é.
Perco-me pois
em meio à multidão informe.
Celulares no banheiro
Ipods no ônibus
câmeras & controles digitais.
Queria silêncio
um pouco quem sabe.
Até o sabiá não me respeita.
Seu canto
mistura-se ao pagode hip-hop
gritos & gemidos guturais.
Serei então invisível.
Aqui na terra
ou numa colônia do astral.
Na erraticidade
quem sabe
eu saboreie a paz...
Ricardo Mainieri
3 Comentários:
verdade, Maini, raros os que preservam sua identidade nesse mundo tecnoIlógico. pior, nos obrigam a participar de suas escolhas..outro dia uma guria ouvia um funk no celular, sem fone de ouvido e volume no máximo, impondo seu gosto duvidoso a quem estivesse no recinto.
vontade de ser invisível e surda...rss
bela construção poética, meu caro! talvez só lá - no nosso lar ou seja lá o que nos aguarda - se tenha um pouco de paz e nenhum espírito de porco..rs
beijo, bom fds!
Por valéria tarelho, Às 9:01 AM
Que significativa incursão pela tecnologia que, sim - por vezes sufoca. Já o canto da ave símbolo do Brasil é quase uma composição de Mozart! Tem um sabiá que canta toda a primavera e parte do verão à minha janela!
Beijos
Por Tere Tavares, Às 11:32 AM
Incrível como o mundo contemporâneo nos "puxa" pra fora de nós e como isso faz crescer necessidades múltiplas de silêncios... é real: n dá pra segurar cantos de sabiás misturados aos hip-hop... a opacidade do mundo choca, Sartre tinha razão!!
Bonito seu Blog, poeta!
Por Jussara Midlej, Às 3:22 PM
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