Carta a um maduro poeta
Amigo poeta, li detidamente tuas colocações sobre a poesia nos meios virtuais e concordo contigo sob certos aspectos.
Existe uma proliferação de material poético escrito no Facebook e outras redes sociais. Boas produções, textos medianos mesclados com um sem-número de poesias de fôro íntimo.
Sinto um clima de urgência nas pessoas, o que resulta, em muitas vezes, num texto, ainda, sem o devido acabamento. Algum material literário, realmente, não vai ir muito além da função catártica das vivências e emoções do autor.
No entanto, a publicação de textos em grupos de adesão literária envolve uma possibilidade de crescimento.
Se a pessoa possuir a necessária humildade de assimilar críticas, de buscar a constante reelaboração de sua poética, seu texto pode sair ganhando em algum decurso de prazo.
Claro, nem todos conseguirão transcender o nível confessional. Alías, a maioria nem quer, mesmo.
No entanto, creio que o poeta que interage com os outros, que se propõe a ver seu texto como um ser mutante, pode sair ganhando nesse processo.
O livro impresso é um Graal que todo o escritor persegue, mas os caminhos que levam a ele, bem que podem passar pelo convívio internético.
Separar a pérola dos excrementos do molusco, eis a tarefa.
Ricardo Mainieri
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