Nós, homens,
carregamos dores, muitas vezes, não verbalizadas.
Pequenos e grandes
sofrimentos, mágoas, medos e dúvidas que permanecem encarcerados na vivência
interior.
Provavelmente,
porque o homem introjetou a ideia de que tem de ser pragmático, produtivo,
forte, provedor e outras coisas que nossa cultura gravou como um selo permanente
em sua psique.
Neste momento, de
tanto deixar de notar o fluxo das emoções e os pequenos deslizes, aparecem os
problemas físicos, o desvio para as drogas ou alcoolismo, o péssimo
relacionamento pessoal e profissional.
O sintoma encobre a
realidade emocional que não pode ou não quer ser manifestada.
Aproveitando-me da sabedoria de Carl Gustav Jung, ouso afirmar que o homem pouco
integra as porções inconscientes de sua Anima e de sua Sombra. Explicando
melhor seu lado feminino e sua zona de terrores. Foge delas. Não quer encarar
sua face mais recôndita, instável, emocional,duvidosa, preferindo os desvios
comportamentais.
E se alguns convivem
mais harmoniosamente com aspectos emocionais, artísticos, receptivos logo
recebem críticas presenciais ou veladas e são, de certa forma, discriminados no
círculo dos “homens fortes, potentes e racionais”.
Por isso prefiro, ainda, a descoberta das razões que só o coração entende, do que um ataque fulminante a
este mesmo órgão o que vai decretar, precocemente, minha aposentadoria para a
vida.
Ricardo Mainieri
1 Comentários:
Um texto reflexivo e carregado de verdades. Concordo plenamente com seu conteúdo e acho que foi muito feliz em sua explanação. Demorei para descobrir isso, mas hoje entendo perfeitamente o que disse aqui.
Grande Abraço!
Por Celso Mendes, Às 3:10 PM
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