mainieri's

quarta-feira, março 28, 2007

Filosófico






O tempo cobra pedágio
transitam rugas na alma
alguns pensamentos (in)exatos.

Ricardo Mainieri

sexta-feira, março 23, 2007

Estados físicos da alma






Saudade líquida escorre
e esta dor sólida
não se evapora...

Ricardo Mainieri

terça-feira, março 20, 2007

Dentro de Mim Mora um Anjo







Quem me vê assim cantando
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora um anjo
Que tem a boca pintada
Que tem as unhas pintadas
Que tem as asas pintadas
Que passa horas à fio
No espelho do toucador

Dentro de mim mora um anjo
Que me sufoca de amor
Dentro de mim mora um anjo
Montado sobre um cavalo
Que ele sangra de espora
Ele é meu lado de dentro
Eu sou seu lado de fora

Quem me vê assim cantando
Não sabe nada de mim
Dentro de mim mora um anjo
Que arrasta suas medalhas
E que batuca pandeiro
Que me prendeu em seus laços
Mas que é meu prisioneiro

Acho que é colombina
Acho que é bailarina
Acho que é brasileiro
Quem me vê assim cantando
Não sabe nada de mim

***************************************

Antonio Ferreira de Brito (Cacaso)
um dos ícones da Poesia Marginal, lá pelos anos setenta.

sexta-feira, março 16, 2007

Fogo dos deuses






Seres sonham
enlaçar o sol
num abraço.

Roubar o fogo
dos deuses.

A humanidade
- de alma escura -
carece energia & luz...


Ricardo Mainieri

terça-feira, março 13, 2007

Duplix Entardecer \\ Na primavera






O sol derrama \\ em ton-sur-ton
suas tintas sobre a cidade \\ preparando a festa
e a noite tece luzes de aluguel \\ pro dia nascer feliz!

Ricardo Mainieri – aila magalhães

quinta-feira, março 08, 2007

Homenagem(8 de março)






Mulher todos os dias
feminina & companheira
por que apenas 8 de março?

Ricardo Mainieri

terça-feira, março 06, 2007

Notícia de jornal ou Poema feio, sujo & malvado



Mendigos
já não habitam bancos
na Praça da República.

Democraticamente
estes foram separados
e cimentados ao largo.

Até as fontes da Sé
discriminam os pobres
negando-lhes higiene
& água.

Eugenicamente
o apartheid se instalou.

E as vozes roucas
silenciam.

Ricardo Mainieri

****************************************
poema-réplica ao artigo do jornalista Xico Sá
sobre higienização humana no Centrão de São Paulo